Foto: Pedro Piegas (Diário)
Contran anunciou prazo de 90 dias para fim de exigência do uso do equipamento
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) deu prazo de 90 dias para suspender a obrigatoriedade do uso de simuladores nas aulas para a retirada da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Com isso, o Sindicato dos Centros de Formação dos Condutores do RS (SindiCFC-RS) buscou o órgão para solicitar que o período seja menor.
Governo acaba com obrigatoriedade de simulador para tirar carteira
O vice-presidente do SindiCFC-RS, Rodimar Dall Agnol, diz que 90 dias, em contagem desde 13 de junho, podem ter grandes impactos para o setor:
- Há risco de ter uma parada (nos CFCs) que, consequentemente, pode provocar demissões. Buscamos o Contran, que é o órgão máximo, para reduzir esse prazo, ou para que a decisão passe a valer de imediato, por que as pessoas buscam o menor preço - conta Dall Agnol, citando que a não obrigatoriedade de aulas nos simuladores reduz, em média, R$ 300 no valor final da primeira habilitação.
Entretanto, os simuladores continuam nos CFCs, para uso opcional dos alunos que buscam a habilitação B (carro). O diretor geral do CFC Padre Reus, Frank Pierson, diz que, para quem optar por uso do simulador, a recomendação é que as aulas na máquina sejam antes das práticas na rua, pois os programas são introdutórios à direção.
REFLEXOS NO SETOR
A Rota Simuladores, empresa de Santa Maria, produz os equipamentos utilizados nos CFCs e tem hoje 600 máquinas em 13 Estados do país, segundo o sócio Denilson Zanon. Ele diz que, nos últimos meses, a confecção dos simuladores, que era de 20 equipamentos por mês, foi suspensa e demonstra preocupação:
- Isso foi construído a partir de uma demanda criada por lei do governo. Eles estão mudando as regras no meio do jogo. Os simuladores fazem diferença na formação de condutores, temos uma pesquisa que comprova isso - conta Zanon.
Contudo, a empresa diz que, como alternativa, trabalha em outros projetos, que vão além dos simuladores.